Puerpério: o que é, quais as suas fases e cuidados

Gravidez e maternidade Saúde
08 de Agosto, 2022
Puerpério: o que é, quais as suas fases e cuidados

O nascimento de um filho geralmente traz muita alegria para a família. É natural, então, que os holofotes se voltem para o novo integrante, que necessita de cuidados especiais. Contudo, a nova mamãe passa por tantas transformações que também deve receber atenção. A fase é chamada de puerpério, e é tão importante que pode definir os próximos anos da mulher. Confira tudo sobre o assunto:

O que é puerpério?

Período de intensas transformações físicas e psicológicas que ocorre nas mulheres em um curto espaço de tempo. Na literatura médica, ele começa após o nascimento da criança e acaba quando as alterações sistêmicas e locais provocadas pela gestação e pelo parto voltam ao “normal” (pré-gestação).

Para os estudiosos, essa etapa costuma fortalecer a relação entre a mãe e o bebê. Mas, ao mesmo tempo, pode provocar um aumento na insegurança em relação aos cuidados necessários para garantir a saúde do recém-nascido. Além de levantar outras questões, como sexualidade, autoestima e reorganização da vida pessoal e familiar. Por isso, a mãe precisa de atenção por parte da família, a fim de garantir a sua segurança e a do bebê.

Quanto tempo dura o puerpério?

De acordo com o Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, iniciativa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o puerpério costuma durar, em média, seis semanas (isto é, um pouco mais de um mês).

Entretanto, vale ressaltar que o processo é extremamente individual, e pode ser influenciado por fatores externos, como: as expectativas que a mulher tinha com relação à maternidade; as informações que foram disponibilizadas para ela; e, principalmente, a sua rede de apoio.

É por isso que, em alguns casos, médicos afirmam que o puerpério pode durar vários meses, e até mais de um ano. Desse modo, as fases do puerpério são classificadas conforme a duração.

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Quais as fases do puerpério?

Entenda mais sobre as fases:

1 – Puerpério imediato

Dura do 1º ao 10º dia, geralmente com início assim que o corpo expele a placenta. O útero, que chegou a medir 32 centímetros, agora contrai até retornar a um tamanho aproximado de sete centímetros (de 1,5 kg, o órgão também volta a pesar 60 gramas).

Quem teve um parto natural pode caminhar um pouco pelo quarto logo nas primeiras horas. O estímulo melhora o fluxo intestinal e evita o surgimento de trombose. É normal, também, que a mulher sinta cólicas leves ou perca pequenas quantidades de sangue pela vagina, já que o útero continuará contraindo e retraindo por alguns dias.

Por outro lado, quem passou por uma cesariana ou precisou levar pontos deve fazer um repouso mais reforçado. Na maioria dos casos, é comum o aumento da temperatura corporal no terceiro ou quarto dia devido ao metabolismo mamário — mas ele não deve durar mais do que 24 horas.

Depois disso, é recomendado um retorno ao médico. Lá, o especialista vai:

  • Perguntar como está a saúde da mãe e do bebê;
  • Conferir se amamentação e o sangramento vaginal estão normais;
  • Avaliar a cicatrização — e, se necessário, retirar os pontos;
  • Examinar o bebê, vacinar e realizar o teste do pezinho.

2 – Puerpério tardio

Do 11º ao 43º dia pós-parto. Mesmo com o fim do primeiro período, os cuidados com a saúde da mulher devem continuar, já que seu corpo ainda passa por muitas mudanças.

Durante 25 dias, por exemplo, o endométrio (mucosa que reveste o interior do útero) cicatriza de forma natural e volta à sua espessura inicial. Além disso, após o primeiro mês pode ocorrer a ovulação e, se o óvulo não for fecundado, a primeira menstruação. Contudo, esse tempo pode ser maior se a mãe decidir amamentar.

Ao fim do 40º dia, as relações sexuais já podem acontecer. É nessa época, também, que há a segunda visita ao especialista. Nela, ele:
Vai conferir se a mulher não está com anemia, infecção urinária, diabetes, pressão alta, problemas na tireoide ou trombose;

  • Avaliar a qualidade da amamentação;
  • Analisar a recuperação da vagina ou dos pontos;
  • Pedir alguns exames hormonais;
  • Identificar o estado emocional da mãe.

3 – Puerpério remoto

Começa a partir do 43º dia. Hora de pensar em algum método anticoncepcional, já que a ovulação tende a normalizar. Ficar de olho na saúde mental da mulher nesse período é de extrema importância, visto que o diagnóstico de uma possível depressão pós-parto é o primeiro passo para um tratamento adequado.

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Mudanças físicas no puerpério

Os sintomas físicos que podem aparecer devido ao puerpério são:

Mamas mais duras

Segundo o Manual MSD, os seios costumam ficar mais duros, inchados e doloridos durante o puerpério, já que enchem de leite. No estágio inicial da produção do líquido pela mulher (lactação), pode ocorrer também o ingurgitamento mamário — isto é, enchimento patológico e excessivo das mamas, o que torna a região ainda mais dolorida e dificulta a amamentação.

Para as mulheres que não irão amamentar, recomenda-se (de acordo com o Manual):

  • Usar sutiãs justos e que levantem as mamas para barrar a produção do líquido;
  • Aplicar compressas frias e tomar analgésicos;
  • Evitar extrair o leite manualmente.
  • Por outro lado, mães que apostaram no aleitamento devem:
  • Alimentar o bebê com frequência;
  • Usar sutiãs próprios e confortáveis;
  • Se os seios ficarem muito inchados e doloridos, extrair manualmente o leite sob água morna ou com a ajuda de uma bomba entre as mamadas (contudo, essa prática tende a aumentar ainda mais a produção de leite).

Barriga inchada e rígida e cólicas

A região abdominal pode ficar dilatada semanas após o parto, uma vez que o útero contrai progressivamente para retornar ao seu tamanho pré-gravidez. Essas contrações são irregulares, mas costumam ser dolorosas, e podem se intensificar durante a amamentação — uma vez que o ato estimula a produção de ocitocina, hormônio que promove o fluxo do leite e as contrações uterinas.

Mesmo com a total retração do órgão, a barriga da mulher geralmente não volta a ser plana. Isso acontece por conta da diástase abdominal: os músculos abdominais se afastam na gestação para que o corpo da mulher consiga abrigar o bebê, mas não retornam completamente após o nascimento do mesmo.

Secreção e sangramento vaginal

A mãe que acabou de dar à luz vai apresentar secreção vaginal, que se mostra sanguinolenta por até quatro dias. Depois, a cor muda para marrom claro, até se tornar amarelada em duas semanas. A condição pode continuar por até seis semanas.

Além disso, alguns dias após o parto, a crosta sobre o local onde a placenta estava se solta, causando um sangramento vaginal de cerca de uma xícara de sangue.

Desconfortos íntimos

A região íntima pode ficar dolorida e arder após o parto – especialmente se houver lacerações no períneo. Para aliviar os incômodos, recomenda-se compressas geladas e pomadas anestésicas indicadas pelo médico da paciente.

Em casa, a mulher pode lavar a região com água morna duas a três vezes por dia, assim como realizar banhos de assento. Além disso, ela precisa ter cuidado ao sentar, e pode fazer isso com a ajuda de uma almofada própria.

Problemas para urinar

Depois do nascimento da criança, a bexiga tende a perder sensibilidade, o que pode alterar a percepção da mulher quanto à necessidade de urinar. Por isso, especialistas recomendam determinar uma frequência certa para ir ao banheiro de tempos em tempos.

Constipação

Por fim, a nova mamãe também pode ter que enfrentar a prisão de ventre. Se a mulher não evacuar nos primeiros três dias após o parto, o médico pode sugerir o uso de laxantes.

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Mudanças psicológicas no puerpério

Além das alterações físicas, as transformações psicológicas e emocionais também acontecem a todo vapor. Afinal, as preocupações com o bebê, as noites mal dormidas, a pressão para “dar conta” da maternidade e até outros problemas externos influenciam, e muito, na qualidade de vida da nova mãe.

As características do puerpério emocional são:

  • Insônia;
  • Cansaço (ou exaustão);
  • Medo de não dar conta;
  • Diminuição da libido;
  • Oscilação de humor.

Tudo isso é chamado de puerpério emocional. Receber a assistência necessária para passar por esse processo é fundamental para a mulher não desenvolver uma depressão pós-parto. Entenda melhor as condições que podem acometer a mulher:

Baby blues

De acordo com a psicóloga Daniela de Oliveira, integrante do Programa de Mudança de Hábito e Medicina do Estilo de Vida (Pro-MEV-IPQHC-HCFMUSP), o baby blues afeta pelo menos 80% das puérperas após o parto.

Normalmente, o quadro começa a se desenhar conforme os primeiros dias depois do nascimento do bebê se iniciam. Todavia, alcança seu pico por volta da primeira semana pós-parto, e começa a amenizar entre a segunda e a terceira.

Segundo a especialista, o baby blues acontece porque há uma mudança hormonal abrupta neste período juntamente com as adaptações que a mãe precisa passar com a chegada de um novo membro à família. “Logo, estresse, isolamento social, privação de sono e fadiga vão deixando as puérperas mais frágeis”, completa Daniela.

Para saber se a mãe está vivendo este quadro, é preciso atenção aos sintomas que o identificam. Veja quais são os principais deles:

  • Mudanças abruptas de humor;
  • Melancolia;
  • Irritabilidade;
  • Tristeza;
  • Choro sem motivo aparente;
  • Cansaço;
  • Estresse;
  • Sensação de estar emocionalmente fragilizada.

Por ser um quadro que tende a evoluir positivamente conforme a mãe vai vivendo dia a dia com seu bebê, entendendo o que ele precisa assim como ela, o tratamento não costuma ser medicamentoso. “O que podemos oferecer às mães neste lugar é acolhimento e suporte”, reforça Daniela.

Depressão pós-parto

Já a depressão pós-parto é um quadro psicológico mais complexo. De acordo com o psiquiatra Luiz Scocca, ele é um quadro multifatorial e que, a princípio, manuais e códigos internacionais de saúde mental tendem a determiná-lo quando os sintomas se estendem desde a quarta semana depois do nascimento do bebê até o sexto mês. “Mas isso não quer dizer que haja consenso entre os especialistas. Pode durar mais dependendo da pessoa”, completa.

Primordialmente, os motivos que ocasionam a depressão pós-parto é a combinação entre a parte genética da puérpera – inclusive, a mãe pode ter sido diagnosticada com o transtorno psicológico em fases anteriores da vida – com fatores ambientais e acontecimentos vitais.

“Dessa forma, a própria gestação e o parto, com a interrupção abrupta da produção de hormônios da placenta, a mudança de vida que um bebê traz e a força psicológica do evento são fatores adicionais”, completa o psiquiatra.

Além disso, a depressão pós-parto pode ser desencadeada ou ter uma piora em decorrência de fatores secundários relacionados à maternidade. A psicóloga Ligia Dantas cita problemas com o(a) companheiro(a), ausência de suporte da família, além de tribulações financeiras.

Veja quais são os principais sinais:

  • Sentimentos de desesperança;
  • Sente-se sem valor;
  • Choro com tristeza profunda;
  • Desconexão com o bebê;
  • Acredita-se que não é uma boa mãe;
  • Desejo de se ferir;
  • Dificuldade em tomar decisões;
  • Perda de interesse no que gostava;
  • Alterações do apetite (comendo demais ou de menos).

De acordo com Luiz, a intervenção diante da depressão pós-parto vai depender do seu subtipo. Se ela for leve ou moderada, por exemplo, psicoterapia ou terapia cognitivo-comportamental podem ser suficientes para tratá-la. Do contrário, o transtorno psicológico pode demandar medicamentos, o que tende a ser um processo mais desafiador em decorrência do aleitamento materno.

Psicose puerperal

A psicose pós-parto – também conhecida como psicose puerperal – consiste em um transtorno psiquiátrico. Dessa forma, é mais grave e menos frequente, podendo acometer a mãe após o nascimento do bebê. Assim, tem início súbito e costuma aparecer no segundo ou terceiro dia depois de ela dar à luz.

Em primeiro lugar, para compreender um pouco do espectro emocional ao qual as puérperas estão sujeitas, a chegada de um filho inicia um período de muitas mudanças, no qual se entrelaçam sentimentos como o amor, medo, insegurança, felicidade e tristeza.

Estes, associados às alterações hormonais e do corpo da mulher neste período, podem ser fatores desencadeantes de transtornos do humor, além das dificuldades na vida pessoal, familiar, profissional ou econômica; gravidez não planejada e falta de suporte social.

Geralmente, as mulheres com psicose pós-parto apresentam diversos sintomas. Portanto, veja abaixo os principais:

  • Instabilidade emocional;
  • Confusão mental;
  • Desconfiança;
  • Nervosismo
  • Delírios;
  • Alucinações;
  • Choro excessivo;
  • Estado de humor maníaco (pensar e falar extremamente rápido) e desorganização do comportamento, configurando emergência médica.

De acordo com a psiquiatra Elaine Henna, o transtorno é de causa multifatorial e complexa. “Os fatores de risco associados incluem histórico pessoal e familiar de transtorno bipolar, psicose puerperal em gestação anterior, descontinuação de tratamento na gestação. Além disso, privação de sono e alterações abruptas nos níveis hormonais” explica.

Desse modo, segundo a médica, a puérpera pode ter sentimentos distorcidos não somente em relação à realidade, mas também ao bebê, que variam entre amor, indiferença, confusão, raiva, desconfiança e medo. “Na maioria dos casos, a vida e a integridade física da criança podem estar em risco”, alerta Elaine Henna.

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Sexo durante o puerpério

Independentemente do tipo de parto, depois que a criança nasce, a orientação é respeitar a quarentena – isto é, evitar sexo por cerca de 40 dias. O intuito é esperar o corpo se recuperar um pouco. Contudo, mesmo depois desse período, muitos casais relatam uma piora na vida sexual.

Uma pesquisa britânica publicada em 2018 apontou que cerca de 47% das mulheres e 43% dos homens acham que seus relacionamentos íntimos pioraram. De acordo com o estudo, o desejo sexual diminui em 61% das mulheres e em 30% dos homens depois de colocar filhos no mundo. A frequência de relações sexuais dos casais diminui em 47%.

Isso acontece por vários motivos. Um deles, por exemplo, diz respeito à diminuição do estrogênio, o principal responsável pela manutenção do trofismo (função do organismo vinculada à nutrição, ao desenvolvimento e à conservação de um tecido) e da lubrificação vaginal. No puerpério, devido à falta de estrogênio, a mulher pode sentir a vagina mais seca, ocasionando maior dificuldade em ter relações sexuais devido ao incômodo e a dor que surgem durante a penetração.

Soma-se a isso o desconforto na região genital, o baby blues e as intensas mudanças sociais que o casal precisa passar.

Amamentação no puerpério

É durante o puerpério que a mãe aprende a amamentar. No entanto, e por mais que seja muito indicado por especialistas, o aleitamento materno nem sempre é natural e fácil. É por isso que existem problemas comuns durante a amamentação. Na verdade, tratam-se de adaptações que ainda não aconteceram, mas com informação e os cuidados certos, é plenamente possível ter sucesso na jornada. A seguir, confira as ocorrências mais corriqueiras nessa fase e como resolver cada uma:

Traumas nos mamilos

Você já ouviu que amamentar dói? Esse relato não tem nada de incomum, mas nem por isso é considerado normal. Assim, uma das possíveis causas para o incômodo são traumas nos mamilos, como rachaduras, fissuras, erosão ou, em um nível mais grave, um quadro chamado dilaceração mamilar. O problema pode estar na pega do bebê. Ao mamar, o pequeno deve abocanhar toda a aréola.

Para resolver o problema, retire um pouco de leite antes da mamada, isso contribui para corrigir a pega. Além disso, mantenha a região dos mamilos seca durante a amamentação. Contudo, não use nenhum produto com o intuito de tratar os traumas sem orientação médica, converse com o pediatra.

Ducto obstruído

Caracterizado por um ponto esbranquiçado ou amarelado no mamilo, o quadro provoca ardência e uma incômoda sensação de fisgada. Em geral, o problema é quando uma parte da mama não foi esvaziada adequadamente. Além disso, outros possíveis motivos podem estar em erro de pega, uso de roupas muito apertadas, uso de bicos artificiais (como chupetas, mamadeiras), mamadas infrequentes ou o hábito de pressionar os dedos na mama durante o aleitamento.

 

Mastite

Essa inflamação na mama geralmente provoca na região dor, inchaço, vermelhidão, calor e endurecimento. Ela também pode ser seguida de infecção bacteriana, e daí sintomas como febre, calafrios, dores no corpo, náuseas e aumento da frequência cardíaca costumam acompanhar. Nesse sentido, o maior risco é que se não for tratada a tempo pode levar a abscesso (formação de uma bolsa de pus na mama, como um nódulo) e infecção generalizada.

Ingurgitamento mamário, ducto obstruído ou as causas que levam a esses quadros estão entre os principais motivos. Para os casos mais leves, é necessário esvaziar bem a mama. Contudo, se houver sintomas em outros locais do corpo (como febre, náuseas etc.), o tratamento também inclui medicamentos como antibiótico, anti-inflamatório e analgésicos. Já em casos de abscesso, ainda são feitas ultrassonografia das mamas e punção local para aspirar o pus.

Candidíase mamária

Provoca dor, ardência, coceira e pode causar também descamação e fissuras na base do mamilo. O quadro é provocado pelo fungo Candida albicans. Ele está presente naturalmente no nosso corpo, porém, em casos de desequilíbrio na imunidade, pode causar infecção.

Mãe e bebê têm que fazer uso de antifúngico, seguindo orientação médica. Também é preciso manter a região das mamas arejada. Assim, o uso de roupas de algodão, confortáveis e que não apertem, são medidas favoráveis.

Bebê que não ganha peso (ou muito pouco)

As consultas no pediatra são fundamentais para assegurar que o bebê esteja ganhando o peso necessário. Mas, quando isso não acontece, muitas vezes o problema está no manejo inadequado durante a amamentação.

Se as sugadas não forem nutritivas, ele não irá ganhar peso. Assim, caso durante a mamada as sucções predominantes forem rápidas e repetitivas, o pequeno não conseguirá ingerir leite de forma eficiente. Vale, então, aprender a diferenciar o padrão de sucção não-nutritivo do nutritivo. Ao mamar, o bebê deve predominantemente fazer sugadas lentas, com movimentos de grandes goladas. E lembre-se: o uso de fórmulas só deve ser feito com recomendação médica.

Bicos planos ou invertidos

Essa característica, na verdade, não se trata de um problema para o aleitamento. Pois, não importa o tipo de bico que a mulher tenha nos seios, é possível amamentar com qualquer um deles. A grande questão é que, ao contrário do que muitos pensam, o bebê não mama no bico, ele mama abocanhando a aréola da mama (que é aquela região mais escura, ao redor do bico).

Trata-se de uma característica natural do corpo humano. Mas, algumas mulheres têm seios com bicos protusos, outros são compridos e há também aqueles planos ou invertidos. Não há nenhuma anormalidade. A primeira orientação é não tentar “formar bico”. Tem gente que passa bucha vegetal nas mamas, puxa a região, tudo com o intuito de deixar o bico do seio mais evidente. Isso não resolve – na realidade, aumenta o risco de complicações.

Além disso, o uso de conchas e bicos de silicone nas mamas também é altamente contraindicado, podendo causar infecções e traumas. O melhor caminho é buscar orientação de um especialista em amamentação, para ensinar a pega correta.

Hiperlactação

Quando a mulher produz muito leite, além das necessidades do bebê, temos um caso de hiperlactação. Desse modo, mamas que vazam constantemente ou com aumento excessivo são sinais comuns.

Retire um pouco de leite antes das mamadas. O hábito amolece a aréola e facilita a pega do bebê. Também vale colocar o pequeno para mamar em posições que diminuam o volume do fluxo de leite. A dica é que a mãe fique reclinada ou semi-deitada, com o bebê por cima (a chamada laid back position), ou então deixe a criança sentada ou de cavalinho. Mais uma recomendação é checar após as mamadas se algum lugar na mama ainda está com leite parado. Se necessário, remova (com extração manual ou usando uma bomba). O leite excedente você pode oferecer ao seu filho quando necessário ou doar a um banco de leite. Esta atitude salva vidas!

Bebê que mama a todo momento

Aqui é importante pontuar: os bebês mamam frequentemente. Pois, cada um tem a sua demanda, mas a tendência é que as mamadas ocorram de oito a 12 vezes por dia. Afinal de contas, amamentar oferece nutrientes, anticorpos e até contribui com a produção de hormônios ligados ao bem-estar.

Portanto, observe os sinais de uma mamada eficiente. Eles incluem: pega adequada, sucção efetiva (quando o bebê dá goladas grandes, que consegue retirar bastante leite da mama), seis ou mais xixis ao dia e fezes de coloração amarronzada ou amarelada e semi-líquidas. Se o bebê apresenta tudo isso, está tudo normal. Ou seja, mantenha as consultas com o pediatra em dia para a correta avaliação.

Baixa produção de leite

De maneira geral, o que determina o volume de leite produzido é o quanto de leite é retirado das mamas. Portanto, quanto mais o bebê mama, maior será a produção. Contudo, em situações bastante específicas, a mulher também pode produzir pouco leite: uso de determinadas medicações, gravidez, desnutrição, restos placentários após o parto, uso de álcool, tabagismo, doenças ou malformações do bebê, alterações hormonais da mãe ou desenvolvimento inadequado das glândulas mamárias.

Se a causa for um manejo inadequado, corrigindo o que estiver incorreto, a tendência é que o bebê mame mais e a produção aumente. Por outro lado, nos casos específicos, o pediatra deve ser consultado para investigar a causa e apontar o tratamento necessário.

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