O que acontece com nosso corpo quando estamos em jejum

Alimentação Bem-estar
31 de Outubro, 2019
O que acontece com nosso corpo quando estamos em jejum

Apesar de não ser uma ideia recente, o jejum por um período determinado é uma das apostas que estão em alta para quem quer emagrecer – prática conhecida como jejum intermitente.

Quando estamos em jejum, nosso corpo entra em estado de alerta, e todo o sangue é direcionado para os órgãos vitais: coração, cérebro e pulmão. Quando o fluxo sanguíneo é direcionado para esses órgãos acontece, como consequência, ocorre uma limpeza do trato intestinal, pois ele encontra-se sem nutrientes.

E de onde vem a energia para o funcionamento do corpo?

É um fato que o nosso organismo não pode parar, então, o que vai providenciar o combustível necessário é a glicose armazenada no fígado, a gordura e a proteína do músculo.

Primeiro, usamos como fonte de energia a glicose armazenada no fígado, depois a gordura e a proteína do músculo. Os hormônios cortisol, GH e adrenalina estimulam o fígado para que seja libertada a glicose. O fígado tem glicose armazenada na forma de glicogênio. Isso acontece nas primeiras horas de jejum.

O processo funciona da seguinte forma: primeiro quase todo o glicogênio do fígado vai ser utilizado para, em seguida, começar a queimar a gordura. Mas, enquanto se está utilizando a glicose do fígado, o organismo já começou a queimar gordura e também músculo.

A quebra da gordura é um processo mais lento e acontece na forma de corpos cetônicos. Os corpos cetônicos atravessam a corrente sanguínea, vão para o fígado e só aí é que se transformam em glicose. Só que nesse trajeto, eles podem ser utilizados pelo cérebro como fonte de energia.

O fato de o corpo começar a queimar gordura ajuda na perda de peso, redução de níveis de colesterol e, por consequência, no risco menor de diabetes.

Normalmente são indicadas entre 10 a 24 horas de jejum, que deve ser feito no máximo 4 vezes por semana. Os períodos em que a alimentação é permitida são chamados de janelas de alimentação. Fora deles, a pessoa deve ingerir líquidos que não possuam calorias, como água (com ou sem gás) e chás e café sem açúcar ou adoçantes.

O método, no entanto, não é indicado para todas as pessoas e pode trazer problemas quando feito sem a orientação adequada.

Alimentos indicados nas janelas de alimentação

Nos períodos em que a alimentação é permitida, é importante consumir alimentos que aumentem a saciedade e reponham os nutrientes.

  • Prefira: proteínas, legumes, verduras, frutas com casca, tubérculos (inhame, cará, mandioca, batata doce).
  • Evite: cereais refinados (arroz branco, pão branco, massas), doces, alimentos industrializados e ultra processados.

Faça refeições do tamanho que você faria se não estivesse de jejum, não tente compensar o tempo que você ficou sem comer até então.

Tipos de jejum

O jejum intermitente

É um método geralmente usado por pessoas que querem regular o peso e a ingestão de calorias. A prática prevê comer durante certos momentos do dia e abster-se em outros. Isso ajuda a regular a “mastigação sem sentido”, além de permitir que você consuma exatamente as calorias diárias necessárias nos horários das refeições principais. Os períodos mais comuns para o jejum intermitente são de 8 horas para comer e 16 horas em jejum, incluindo as horas de sono, seja por períodos determinados de tempo ou ao longo do dia.

O jejum prolongado

É a experiência durante a qual só se consome líquidos (sucos e água são os mais comuns). Esse tipo de jejum requer uma consulta prévia com um médico. Em primeiro lugar, ele decidirá se o método é seguro em seu estado atual de saúde. Caso seu corpo possa lidar com o jejum, é provável que o indicado seja um programa de desintoxicação de uma semana, incluindo suplementos e medicamentos de apoio digestivo.

Vantagens

  • Estratégia ideal para quem quer equilibrar ou controlar o peso.
  • Ótima forma de normalizar a sensibilidade à insulina, prevenindo o diabetes tipo 2.
  • Normaliza os níveis de grelina e ajuda a disciplinar o organismo em relação à fome.
  • Diminui os níveis de triglicérides, reduzindo assim os riscos de doenças cardíacas.
  • Pode diminuir o ritmo no envelhecimento.
  • Ajuda em certas condições dermatológicas.
  • Atua na normalização do sistema digestivo

Sobre o autor

Thais Freitas
Estudante de Nutrição na Universidade Anhembi Morumbi - 3º semestre. Afinidade por dieta e cozinha low carb e nutrição comportamental

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